Editorial

Analisamos com grande interesse e entusiasmo a precisão dos dados do artigo de Oliva RB, “Aneurisma cerebral e hemorragia intracraniana: revisão da literatura quanto ao prognóstico”, publicado nesta distinta revista científica online LIPH Science Journal, v.3, n.2, p.84-97, 2016. Neste bem escrito e atual trabalho é feita uma revisão acerca da hemorragia subaracnóidea causada por aneurismas cerebrais e suas graves consequências clínicas. O diagnóstico clínico dessa grave e traiçoeira doença muitas vezes é difícil, dado que seus sinais clínicos, às vezes, não são tão exuberantes. Infelizmente não é tão incomum um paciente que procura várias vezes uma Unidade Básica de Saúde devido à cefaleia e é liberado com um aneurisma cerebral roto. Esse paciente acaba, na grande maioria das vezes, sendo admitido em um serviço de alta complexidade em estado de coma pelo não diagnóstico. Diante disso, o conhecimento da doença em seus aspectos clínicos é de suma importância não somente para o médico, mas também a todos os profissionais de saúde. É classicamente sabido que o prognóstico dos pacientes está diretamente relacionado à brevidade e à precisão do diagnóstico. Aneurismas cerebrais descobertos mais precocemente após o episódio ictal são tratados mais precocemente, ou são submetidos a determinados cuidados clínicos enquanto o paciente aguarda o tratamento definitivo, evitando complicações. De todas essas, a mais precoce e mais letal é o ressangramento. Tal fato decorre da não formação de um coágulo de fibrina eficaz na parede do aneurisma que rompeu. Destarte, qualquer aumento da pressão arterial sistêmica pode ser fatal. Nesse sentido o estrito controle pressórico deve ser buscado. Novas terapêuticas viáveis para evitar o ressangramento são o ácido tranexâmico e o ácido aminocapróico, utilizados nas primeiras 72 horas após o sangramento1. Tais drogas pertencem à classe dos antifibrinolíticos, ou seja, permitem que a fibrina do coágulo se mantenha estável, promovendo mais resistência à parede rota frente às flutuações pressóricas.

 Cordialmente,

Roberto Alexandre Dezena

Raphael Guerra David Reis